Vermelho
O vermelho respira,
um pulso que ecoa em carne aberta,
fagulha quente que desce
pelas veias do tempo.
É sangue, sim, mas não só.
É a febre queima-rente
no centro do peito,
é o grito mudo de um campo de batalha,
a poeira ensanguentada que recusa o silêncio.
Nos olhos, um incêndio.
A vermelhidão do cansaço,
das vigílias que o amor impõe,
das guerras internas que a alma trava
quando o desejo e a dor colidem.
Ah, vermelho...
Fosse apenas uma cor,
mas é memória cravada na pele.
É o rubor que confessa o que não pode ser dito,
a ferida exposta,
o incêndio que dança,
o calor da vida que insiste em arder.
Se o mundo tem cor,
ela é essa:
fúria, paixão,
uma lâmina que corta
e costura,
uma chama que vive,
que queima
e não pede permissão.
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