Incêndio
Teu nome me atravessa como lâmina,
fundo e fino, rasgando o silêncio
que eu teimo em vestir.
Há uma violência em te amar,
um rasgar de veias,
uma fome insaciável que grita no osso.
Tu és o grito seco da navalha,
o pulso em convulsão,
o relâmpago que cega e queima.
Eu corro entre teus braços como quem foge do incêndio,
mas me prendo na fagulha
e acendo outra vez.
Amar-te é cuspir no espelho,
é ferir-se de propósito,
é cavar buracos no peito
e encher com tua ausência.
Tu me tens inteira,
não como uma rosa
mas como o espinho.
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