Mulher

Não sou costela,

sou vértebra,

coluna que sustenta tempestades.


Andei descalça por ruas de ferro,

ouvi sussurros que tentaram me moldar,

mas meus pés marcaram o chão,

meus passos quebraram o molde.


Carrego na pele o grito das minhas,

vozes abafadas por véus invisíveis,

mas agora, o véu queima.

Minha palavra é lâmina,

corta o hábito,

refaz o mundo.


Não sou promessa,

sou a ruptura,

a pausa que reescreve a pauta.

Se digo que vou, vou inteira.

Se fico, permaneço densa.


Não espero aplausos,

espero queimar pontes antigas,

e ver no horizonte

a dança de corpos livres.


Não me calo,

sou o eco de todas que vieram antes,

sou o silêncio que se rompe

no ato de existir.


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