Ser

Quem sou?

O espelho reflete uma moldura,

mas o centro escapa.

É pele, é nome,

é silêncio que fala

e se esconde.


O ser é um labirinto,

um fio entrelaçado

com memórias que não reconheço

e desejos que não ouso.


Eu existo na fresta do instante,

onde a razão cede ao mistério

e o coração pulsa sem pedir licença.

Sou o que penso ser?

Ou sou o que escapa ao pensamento?


No toque da terra,

na brisa que invade a janela,

me percebo inteira

e ainda assim fragmentada,

como se o mundo fosse feito de retalhos

e eu a costureira distraída.


Ser é caminhar na própria ausência,

encontrar-se no que não se explica,

aceitar-se sem saber.

Sou,

porque continuo perguntando.


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