Saudade
Punhal cravado no peito,
ferro frio, aço amargo.
Cada segundo é uma lâmina
roçando a carne viva da ausência.
Grito rouco no vazio —
quem ouve? Quem sente?
A saudade rasga, mordaz,
como bicho faminto,
que dilacera o coração
em busca do que não volta.
São unhas sujas cavando lembranças,
um relógio que sangra os minutos,
uma tortura sem intervalo.
E a solidão?
Cão selvagem rondando a noite,
com olhos de aço
e dentes de escuridão.
Não há fuga, não há abrigo,
só o eco da tua falta
correndo pelos labirintos do meu peito.
E o punhal, sempre ali,
brilhando, sorrindo,
prometendo dor,
só dor.
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