Recomeço

 Recomeço é essa palavra

que atravessa a garganta,

em silêncio,

uma tarde que se desfez

em mil pedaços

e ainda assim insiste em surgir.


É no instante vago

entre o último passo e o primeiro,

que a gente se encontra outra vez,

sem saber exatamente

quem somos,

mas com a certeza

de que algo se reconstruirá.


Recomeçar é um ato lento,

quase imperceptível,

feito o vento que rearruma a poeira

sem que a gente perceba

a mudança que já está feita.


E então, em algum canto da alma,

a gente se dá permissão.

Para ser outra,

para ser quem ainda não se sabe,

mas é.


E esse recomeço

não é uma fuga,

é um gesto profundo

de quem se permite existir,

sem pressa,

sem culpa,

apenas esperando o novo

vir no seu próprio tempo.


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