O Fim que Liberta
Descobri que amar era um peso.
Não o amor em si, mas o teu amor.
Uma gaiola dourada
que apertava as asas
até que voar não fosse mais possível.
Era bonito, quase poético,
mas sufocava.
Um jardim de flores mortas,
perfume de um tempo
que já não existia.
Entendi, num lampejo de silêncio,
que amor não se implora.
Ele nasce livre,
não conhece amarras,
não se dobra ao capricho.
E eu, tão presa,
segurei as chaves do fim.
Chaves que doem nas mãos,
mas abrem portas
que levam ao ar.
Libertar-me de ti
foi despir-me de mim mesma,
daquela que te amava
além do que deveria,
além do que era amor.
Agora, o vazio é vasto.
Mas é meu.
Um espaço onde posso respirar,
onde não há grades,
apenas o eco suave
do que fui
e do que posso ser.
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