Libertação
Arranque as amarras da pele,
desfaça os nós da garganta.
Queime as flores murchas
no altar das culpas inúteis.
Rompa o silêncio podre,
grite até despedaçar o eco.
Não se curve aos punhos de ferro
que esmagam tua voz na calada.
Enterre os rostos vazios,
despreze os olhares mendigos.
Lave-se do lodo dos outros,
do peso que nunca foi teu.
Corte a corda que te segura à beira,
não tema a queda —
temer é morrer antes de voar.
Abra o peito, nu e ensanguentado,
para o vento que arranca máscaras.
Seja o que resta
depois do caos.
Seja cinza e renascimento.
Seja, enfim,
tua própria revolução.
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