Feridas Invisíveis
Há dores que não sabem morrer,
que habitam o silêncio como fantasmas antigos.
Elas andam descalças por dentro de mim,
deixando rastros que ninguém vê.
É um peso que não pesa,
mas me curva.
Uma ausência que não se vai,
mas que também não fica inteira.
É o eco de um grito que não dei,
uma palavra perdida
entre a garganta e o mundo.
Algumas noites,
elas sussurram segredos que não entendo.
Outras,
ficam quietas, mas presentes,
como uma vela acesa numa sala vazia.
E eu as acolho.
Não por escolha,
mas porque aprendi que lutar contra o invisível
é abrir novas feridas.
Elas não cicatrizam.
Apenas aprendem a dormir um pouco mais.
E eu?
Eu sigo acordada,
tentando sobreviver ao que nunca parte.
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