Amores
Os amores chegam de forma inesperada,
como uma brisa que entra pela janela,
sem aviso, sem licença.
E é aí que a pele se arrepia,
o coração começa a bater em outro ritmo,
como se tivesse sempre esperado
aquele instante de quietude
no meio do caos.
Mas amor, ah, amor...
não é simples, não é suave.
Ele vem e se faz em pedaços,
como uma história mal contada,
uma ferida aberta,
um medo disfarçado de desejo.
Amar é buscar a outra metade
que nunca se conhece,
é uma dança entre o ter e o não ter,
entre o querer e o desistir.
Amar é perder-se,
só para se reencontrar
no silêncio da presença,
ou na solidão do vazio.
E mesmo quando tudo se desfaz,
quando as palavras se tornam eco,
o amor fica.
Fica como um perfume no ar,
como uma lembrança que não se apaga.
E ainda assim, a gente insiste,
porque talvez o amor
seja apenas isso:
a tentativa incessante de ser
tudo o que não sabemos
em alguém que também
não sabe de nada.
Comentários
Postar um comentário