Acreditar
Acreditar é um fio tênue,
uma corda bamba entre o vazio e o tudo.
É se lançar ao vento
sem saber se há asas,
mas com a certeza
de que o chão pode esperar.
É sentir o eco do que ainda não nasceu,
perceber o pulsar do que não se vê,
e, ainda assim, caminhar.
Acreditar é abrir portas que nunca existiram,
criar caminhos onde só havia escuridão,
é erguer castelos com mãos vazias,
inventar o amanhã com a fé de uma criança.
É o ato inesperado
de quem desafia o vazio,
o gesto quase louco
de quem dança com o desconhecido.
E, no final,
acreditar é menos sobre o que está lá fora,
e mais sobre o que vibra aqui dentro,
essa centelha que se recusa a apagar.
Comentários
Postar um comentário