Reflexões à madrugada
A cidade dorme,
mas algo em mim não sabe parar.
Os ponteiros arranham o silêncio
como quem descasca uma ferida.
Eu ouço.
No quarto, a respiração do mundo
é distante, quase um eco.
O escuro escorre pelas paredes,
me veste,
me consome.
Sou uma frase interrompida,
um grito que hesita na garganta.
Quem sou eu,
quando ninguém está olhando?
Na madrugada,
tudo parece maior.
Ou menor.
Sinto frio, mas não me cubro.
O calor da dúvida me basta.
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