Amor de Silêncios

Quis tocar teu rosto com palavras,

mas tropecei no vazio que deixaste.

Era tua ausência que habitava,

um eco mudo em meu desejo.


Tentei ser brisa,

acariciar teus dias sem pedir abrigo.

Mas teus olhos,

imensos,

não enxergavam meu naufrágio.


Amei-te como se ama o impossível,

com a urgência de quem não cabe em si.

E foste para mim

um horizonte que nunca se alcança,

um mistério que se recusa a ser desvendado.


Resta-me agora

esse peso doce,

esse amor que é só meu.

E, no fundo,

talvez eu ame mais assim:

sem que me vejas,

sem que me saibas.



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